domingo, 6 de setembro de 2009

EXAME utiliza a expressão mão visível do Estado, criada por Edson Paim no seu livro "Sistemas, Ambiente e Mecanismos de Controle"

A mão visível do Estado – Ao expandir o crédito e tentar aumentar a competição no sistema financeiro, o Banco do Brasil e a Caixa reacendem o debate sobre o papel do governo na economia. (págs. 156 a 158)


EXAME

A nova economia americana
• Às vésperas do primeiro aniversário da eclosão da maior crise das últimas décadas, os Estados Unidos tentam se reerguer. E mostrar ao mundo por que são – e por que serão por um bom tempo – a mais poderosa economia do mundo

Especial EUA – Economia
O fim do sonho americano? – Após anos de euforia, o consumidor americano finalmente aperta o cinto – e muda a cara da economia mundial. (págs. 22 a 29)

Especial EUA – Capitalismo – Sem exagero, presidente – A ação do governo americano foi fundamental para evitar o colapso da economia. Mas, ao intervir de forma tão incisiva, a administração Obama pode criar as bases para a próxima crise. (págs. 34 a 39)

Brasil/Agronegócio - O futuro do campo depende deste senhor – Nomeado com o apoio dos colegas pesquisadores, Pedro Arraes assume a Embrapa com o desafio de gerar produtos que garantam a liderança o agronegócio brasileiro em meio à mudança climática. (págs. 86 a 88)

“A máquina da Receita foi desmontada” – Para o ex-secretário Everardo Maciel, a politização de um órgão que deveria ser 100% técnico ainda vai custar caro ao país. (págs. 90 a 92)

Vida Real – J. R. Guzzo – Cenas brasileiras – Três episódios recentes ajudam a compreender o curioso cenário político do país. (pág. 95)

400000 reais por hora – Esse é o ritmo de crescimento da dívida da Oi após a compra da Brasil Telecom, concluída em janeiro deste ano. Mas, ao contrário do que possa parecer, isso está longe de comprometer o futuro – ou o presente – da operadora. (págs. 104 e 105)

A mão visível do Estado – Ao expandir o crédito e tentar aumentar a competição no sistema financeiro, o Banco do Brasil e a Caixa reacendem o debate sobre o papel do governo na economia. (págs. 156 a 158)


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quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Pedro Nogueira e o "coronelismo rural" Aquidauanense

A respeito do soneto "A Ferramenta da Paz" , de autoria do Dr. Luiz Carlos Nogueira, de Campo Grande - Mato Grosso do Sul, (transcrito no final deste comentário)escrevi:

"Pedro Nogueira, grande conhecedor de todos recantos de Aquidauana e de toda as sua população, desde os mais importantes até os mais humildes, com os quais mantinha relacionamento e, era querido e respeitado.

Pedrinho, descrente em relação aos candidatos que ajudara eleger, para cuja eleição tinha sido peça chave, refugiava em suas atividades particulares, mas era sempre visitado, às vésperas das eleições, pelo "Coronel" da UDN-direitista-elitista-golpista e instado para que ele se afastasse de suas lides particulares, com sérios e irreparáveis prejuízos pessoais, a fim de se dedicar à campanha de candidatos "fantoches" que nada tinham a ver com os interesses do povo (pois eram meros serviçais de uma elite rural, que por decênios, desgovernou Aquidauana), mas como lobos, se revestiam da pele de cordeiros, além de posarem de arautos de uma pretensa moralidade, na qual escondiam os propósitos de priorizar a elite rural aquidauanense, em detrimento do restante da população.

Pedro Nogueira era independente e altivo, por isto, nunca fora convidado para ser candidato, apesar de ser um dos maiores detentores de votos, em Aquidauana, mas a cúpula partidária tinha certeza de ele não se comportaria como um "pau mandado" do coronelismo rural, que sempre usou os cargos públicos para atender seus interesses particulares, cujo desgoverno sempre foi utilizado para assegurar o atraso do município, capaz de garantir a persistência da sua hegemonia.

Diante da falta de perspectiva em Aquidauana, resultante do desinteresse do grupo hegemônico local (pois o progresso seria mortal para tais forças retrógradas), Pedro Nogueira se transferiu para Campo Grande, em 1970, quando Luiz Carlos já contava vinte e quatro anos de idade.

A mãe do Luiz Carlos, Helena Bergonzi Nogueira, é de tradicional família mirandense.

Gestante, se dirigiu à casa paternas, em Miranda, onde nasceu Luiz Carlos, sob às vistas e os carinhos dos avós maternos e, lá foi registrado.

O Dr. Luiz Carlos Nogueira (pois ele é advogado) foi gestado (a rima não foi proposital) em Aquidauana, nascido e registrado em Miranda e, criado em Aquidauana, fez curso superior em Campo Grande, onde desenvolveu suas atividades profissionais.

Não sei qual a afeição predominante do cidadão aquidauanense-mirandense-campograndense, mas de uma coisa tenho certeza, todas as três cidades irmãs cabem, inteirinhas, no seu coração".


O que está escrito acima, repito, corresponde a um comentário ao soneto "A Ferramenta da Paz, de autoria do Dr Luiz Carlos Nogueira, publicado no site da Rádio FM PAN, de Aquidauana.


Eis a publicação referida:


A Ferramenta da Paz - Luiz Carlos Nogueira


Mergulha no teu interior com maestria
e busca a pedra oculta na tua cruz!
Aquece tua caverna gelada e sombria
e faz jorrar a luz!

Espreita o raio do sol que de mansinho
Irisa a gota d’orvalho que tremeluz
no ramos onde canta o passarinho
a melodia da liberdade e do jus!

Vê que belo é o dia, quão boa é a claridade!
Sê feliz! Faz o bem, exercita a caridade!
Desperta! Busca a verdade, promove a alegria que apraz!

Olha no teu caminho! Impede os atos vis dos desalmados!
Não percas um só instante, ensina pois aos malvados,
Um pouco de amor, a ferramenta internacional da paz.


Este soneto tem uma história:

Certo dia (em 1986) recebi um convite para participar de um concurso de poesias (com a condição de serem inéditas) promovido pela Loja Conde de Saint Germain, da Sociedade Teosófica no Brasil (Rua Imperatriz Leopoldina 8 - 17º and. Centro CEP: 20060-030 Tel: (021) 254-0952), em comemoração ao Ano Internacional da Paz, em homenagem à iniciativa da Organização das Nações Unidas, por ter instituído essa campanha. A participação foi aberta para candidatos de todos os Estados brasileiros.

Pois bem, estávamos, eu, um colega de trabalho (Ulisses, já faz tanto tempo que não me lembro do seu sobrenome) e um moço que gosta de fazer poesias. Este último comentou com certo ar de importante, que: “a poesia não é para qualquer um”. Logo o meu colega incentivou-me a participar, aliás até porque é desenhista, ilustrou o meu trabalho.

Na verdade houve um desafio velado do “poeta”. Achava ele, que tinha tudo a ver com a inspiração, e só com ela, como se fosse um sopro dos deuses. Só os dotados dessa espécie de virtuose eram dados a fazer poesia.

Pronto, resolvi participar. Não sei porque, mas naquele momento (depois de terminado o soneto) tive a certeza que o meu trabalho seria classificado no primeiro lugar – e foi. Não foi por arrogância que pensei assim, e não tenho como explicar essa sensação muito forte que se assenhoreou de mim.

É bom que se diga que, nenhum deus ou demônio sussurrou nos meus ouvidos; tampouco recebi mensagens telepáticas dos anjos, guardiões ou como queiram classificar. Nada excepcional, foi só uma questão de um desenho mental consentâneo com o titulo motivador do concurso.

Penso que o ser humano, se considerarmos que existem milagres, foi agraciado por Deus com o maior de todos — a inteligência. Mas esta precisa ser exercitada, desenvolvida. É preciso que a nossa mente esteja sempre desperta.

Se não fossemos dotados dos órgãos dos sentidos, da consciência, da inteligência e da razão, é provável que nem sequer saberíamos que existíamos.

Portanto, todas as pessoas mentalmente sadias, se quiserem, podem fazer praticamente tudo o que se propuserem a atingir no campo das realizações humanas. Basta ter um sonho, mas também um projeto de vida, no qual trabalhe com determinação e vontade. Eu acredito firmemente nisso, porque tenho visto muitos exemplos. Por tudo isso não é sensato subestimarmos as pessoas.

(Do Blog LUIZ CARLOS NOGUEIRA ESCREVE)

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Para os inimigos da Petroabrás VALE TUDO, até mesmo, forjar uma nova CARTA BRANDI

Blogger

(Para conhecer a "armação da Carta Brandi", leia parte final desta postagem)


Informações do Blog do Senador Alvaro Dias são contraditadas através de discurso do seu colega, Senador Mão Santa

O Senador Alvaro Dias colocou em xeque sua credibilidade ao se precipitar e colocar em seu blog, sem checar previamente, informações tendenciosas, maldosas e eleitoreiras, veiculados por blogueiro.

Estas informações, um arremedo de Carta Brandi, é características daqueles que não acreditam nas suas próprias teses e apelam para a divulgação de informações falsas, a fim de atingir seus adversários, na própria "moleira".

Mas, diz o adágio, "a mentira tem pernas curtas".

Coube ao seu colega, o Senador Mão Santa, desacreditar as informações do blog do Senador Alvaro Dias, embora

Eis o que publica o blog do Coronel:

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Sexta-feira, Junho 26, 2009

Dilma: R$ 8 mil por mês na Petrobras.

O senador Mão Santa (PMDB-PI), em discurso nesta quinta-feira (25), defendeu a instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras, cujo requerimento de criação foi lido em Plenário em maio, para investigar irregularidades na empresa. Na opinião do senador, os desmandos na estatal e os gastos exagerados, como os pagamentos milionários aos executivos, estão entre as razões pelas quais os preços dos derivados de petróleo no Brasil são tão elevados "enquanto um tanque de carro cheio custa R$ 5 na Venezuela". - A CPI haverá de mostrar muito mais sujeira nessa Petrobras - disse. Mão Santa citou reportagem publicada na imprensa denunciando que os diretores da estatal ganham quase R$ 80 mil por mês e os conselheiros, um décimo desse valor. Entre os conselheiros estão os ministros da Casa Civil, Dilma Rousseff, e da Fazenda, Guido Mantega; o ex-ministro de Minas e Energia Silas Rondeau; o presidente da Petrobras, Sérgio Gabrielli; e o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, Luciano Coutinho. O parlamentar registrou ainda que as reuniões do conselho ocorrem apenas a cada quatro meses, "para dar algumas opiniões, assinar uns papéis, bater um papo, tomar um cafezinho". - Eles ganham R$ 32 mil por uma reunião do conselho - ressaltou. Com pagamentos, segundo Mão Santa, a Petrobras gasta mais de R$ 918 mil por mês e quase R$ 8 milhões por ano. (Da Agência Senado)
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Atualizando em 26 de junho, 11:48: o Coturno Noturno analisou a ata da reunião desde que surgiram os primeiros números, há mais de uma semana, sobre a remuneração dos conselheiros da Petrobras. Não é correto este número de R$ 76 mil por mês para conselheiros. A assembléia aprovou o valor da remuneração total da Diretoria, sendo que 10% foi destinado ao Conselho de Administração. Hoje o Conselho Braziliense publica a informação correta, ao que parece. Este valor de R$ 70 mil e alguma coisa é para diretores, como o Gabrielli.

Conselheiros privilegiados da Petrobras

Escrito em 16 de junho de 2009 – 18:29 -

A pedido do blogueiro Aldo, reproduzo:
Deu no jornal “Valor ” de 11 de maio de 2009.
Ata da Assembléia Geral Ordinária da Petrobras de 8 de abril de 2009:
Valor para reserva para pagamento de 9 Conselheiros, 8.266.600,00
Conselheiros: Ministro da Casa Civil, Dilma Vana Rousseff; Ministro da Fazenda, Guido Mantega; Secretário de Comunicação Social, Franklin Martins; Gen Ex R1 Albuquerque, Ex Cmte do EB


Postagem sobre Política |


Respostas para “Conselheiros privilegiados da Petrobras”

Por João da Silva em 16 de junho de 2009 - 19:55 | Comente

Essa informação está mais completa no blog do Renaldo Azevedo. Ele esclarece que cada conselheiro recebe um jabaculezinho de R$ 76.542,59 mensais, ou R$ 918.511,11 por ano. Mais os salários e mordomias de seus cargos de ministros, me parece que eles não têm do que se queixar. E muito menos que aceitar qualquer CPI na Petrobras.

Eis o que publicou o Blog do Senador Alvaro Dias que, como se vê está, na contramão das informações contidas no discurso pronunciado, no Senado da República, pelo Senador Mão Santa e pela postagem do Blog do Coronel, ambos transcritos acima.

Entretanto o Senador, sem olhar para as gastanças e abusos do Senado acrescenta que as reuniões do conselho ocorrem apenas a cada quatro meses, "para dar algumas opiniões, assinar uns papéis, bater um papo, tomar um cafezinho". - Eles ganham R$ 32 mil por uma reunião do conselho - ressaltou. Com pagamentos, segundo Mão Santa, a Petrobras gasta mais de R$ 918 mil por mês e quase R$ 8 milhões por ano.

Estas informações precisam ainda serem checadas.

Ainda que, excluídas as expressões maldosas do Senador, esta parte do seu discurso seja, também, verdadeira, ainda será pequena será "café pequeno" diante do que percebe o Senador, por dentro e por fora, sem necessidade de comparecer para tomar cafezinho. como atestam as sessões vazias do Senado e, isto tudo por conta da "viuva", o que equivale dizer, com o meu, o seu, o nosso dinheirinho.

Enquanto isto, dinheiro da Petrobras resulta de suas atividades operacionais e não dos cofres públicos, sob o olhar atento das empresas associadas dos investidores que embolsam os dividendos das ações da empresa mista, uma das mais negociadas na Bolsa de Valores, por isto o desempenho da empresa é avaliado diariamente.

O Senador Mão Santa foi injusto com os Conselheiros. Será que eles não precisam estudar o funcionamento da empresa e, validam balanços sem estudá-los.

Para tristeza nossa, o Senador parece que quer dizer que suas atividades no Senado se pautam e se coadunam com as suas afirmações impensadas.

Conselheiros privilegiados da Petrobras

Escrito em 16 de junho de 2009 – 18:29 -

A pedido do blogueiro Aldo, reproduzo:
Deu no jornal “Valor ” de 11 de maio de 2009.
Ata da Assembléia Geral Ordinária da Petrobras de 8 de abril de 2009:
Valor para reserva para pagamento de 9 Conselheiros, 8.266.600,00
Conselheiros: Ministro da Casa Civil, Dilma Vana Rousseff; Ministro da Fazenda, Guido Mantega; Secretário de Comunicação Social, Franklin Martins; Gen Ex R1 Albuquerque, Ex Cmte do EB


Postagem sobre Política |


O autor do Blog PARLAMENTO & PARLAMENTARES acrescenta que toda esta farsa teve origem em um e-mail irresponsável, desses que abundam na rede, cujos autores se escondem no anonimato e que visam efeitos escusos e que se aproveitam da boa fé dos incautos que os encaminham e disseminam.

Há alguns meses, o PAINEL DO PAIM recebeu um desses malfadados e-mails.

Fomos pesquisar: Dirigimo-nos diretamente a fonte citada, o jornal "VALOR".

Pois bem. Lá estava, simplesmente, publicada a ata da Petrobras, mas o referido jornal não emitiu juízo de valor.

Foi o inescrupuloso autor do e-mail que distorceu a informação, dividindo o montante anual atribuído a salários e jetons dos conselheiros e dividindo-o unicamente pelo número de conselheiros.

E, mesmo que fosse dividido pelo somatório de diretores e conselheiros haveria distorção, pois
os salários dos executivos da Petrobrás, segundo o discurso do Senador Mão Santa chega a 8o mil reais, provavelmente consentâneo com o valor de mercado, tanto que os representantes das
empresas que integram o capital da Petrobras não se insurgem contra isto.

Na ocasião, não contraditamos a farsa porque para fazê-lo teríamos que publicar o e-mail, o que seria "colocar azeitonas na empada" do falsário anônimo.

Mas agora, como os incautos disseminadores dessa inverdade têm nome e sobrenome, podemos desmenti-los.


Para corroborar nossas informações o leitor poderá, por si mesmo, compulsar a ata, publicada sem comentários pelo jornal VALOR, que nela não encontrou nada de anormal, como não viram os demais detentores de capital, na empresa de economia mista - a Petrobrás, com direito a voto, os quais compareceram o à Assembléia e assinaram a referida ata.

O nome das empresas e outras instituições que detém 49% do capital da Petrobràs, entre as quais a Bradesco Petros, compareceram a Assembléia e assinaram a ata e, para que não pairem dúvidas sobre o que e como consta da ata, disponibilizamos aos leitores tal ata para os nossos leitores, tal e qual como como foi publicada pelo jornal VALOR, podendo ser assinada através do seguinte site:

http://www2.petrobras.com.br/ri/port/InformacoesAcionistas/pdf/ATA_AGO_08abr09_port.pdf

SAIBA O QUE FOI A CARTA BRANDI:



QUE FOI A CARTA BRANDI


No dia 17 de agosto de 1953, o Jornalista Carlos Lacerda publicou na Tribuna da Imprensa, uma carta datada de 5 de agosto de 1953 e dirigida a Goulart, naquela época ministro do Trabalho.

O documento, cujo suposto autor era o deputado argentino Antônio Jesús Brandi, ficou conhecido como Carta Brandi e relatava os entendimentos secretos que Goulart teria mantido com Juan Domingo Perón, então presidente da Argentina, no sentido da implantação no Brasil de uma república sindicalista, bem como a existência de contrabando de armas argentinas para o país.

Face à gravidade destas denúncias, o general Lott, atendendo à solicitação de parlamentares petebistas, ordenou a abertura de um inquérito policial-militar (IPM), que foi chefiado pelo general Emílio Maurel Filho.

Os primeiros resultados da sindicância efetuada em Buenos Aires, embora admitissem a autenticidade da denúncia, não chegaram a pesar em termos eleitorais, por terem sido divulgados no dia exato do pleito.

Essa questão, porém, só seria devidamente esclarecida quando, ao final da sindicância, foi comprovado que a carta havia sido forjada.


http://www.polibiobraga.com.br/brandi.htm


CPIs: da carta Brandi aos cartões corporativos (Pedro do Coutto)

Com o estilo brilhante de sempre, em sua coluna de "O Estado de S. Paulo", edição de 10/04, Dora Kramer revela um certo ceticismo quanto à possibilidade de êxito da Comissão Parlamentar de Inquérito do Senado sobre os cartões corporativos. Esta dúvida quanto ao destino concreto das CPIs sempre é levantada pela maioria da opinião pública que, eticamente, ângulo em que se coloca a jornalista, naturalmente deseja a punição dos culpados. É razoável este impulso.

Com 54 anos de atividade profissional, já me acostumei a identificá-lo. Mas a questão não é apenas punir. O deputado Aliomar Baleeiro, que propôs várias CPIs no último governo Vargas, me disse certa vez que o objetivo maior dos inquéritos é o de conter os absurdos que provocam revolta e indignação, ao lado do propósito de iluminá-los no palco nacional.

Ele tinha razão. Os fatos comprovam, se recorrermos à memória e não nos deixarmos levar apenas pela frustração na linha de pensamento de Hegel, que divide o certo e o errado. Hegel, também jornalista, foi um extraordinário filósofo alemão que nasceu em Stuttgart em 1770 e morreu em Berlim em 1831. Deixou uma obra fantástica. Por isso, inclusive, falei em memória. Comecemos pela mais recente.

O primeiro pedido de CPI para os cartões corporativos causou a demissão da ministra Matilde Ribeiro e, segundo reportagem de Marcelo de Moraes, também no "Estado de S. Paulo" do dia 10, causou um recuo enorme em matéria de gastos com os tais cartões. Vejam só os leitores. Em março de 2007, as despesas somaram 2 milhões de reais. Em março de 2008, ficaram na escala de 786 mil. Redução de 64 por cento. A razão é simples.

Mas vamos viajar ao passado antes de retornar ao presente. Em 1952, uma CPI derrubou Coriolano de Góes da direção da Carteira de Exportação e Importação do Banco do Brasil, a Cexim, não havia ainda o Banco Central.

Dois anos depois, no documento mais dramático da política brasileira, a Carta Testamento, Getúlio Vargas afirmava textualmente: nas relações do que importávamos havia fraudes de até 100 mil dólares. Várias, portanto, daí o plural. Isso numa época em que a balança comercial oscilava em torno de apenas 1 bilhão de dólares. Hoje, é 140 vezes maior. Em 1953, a CPI da "Ultima Hora", criada para investigar o apoio do mesmo Banco do Brasil à criação do jornal de Samuel Wainer para apoiar o governo, terminaria levando à deposição e ao suicídio de Vargas. "Ultima Hora" foi o primeiro capítulo da tragédia de agosto.

Em 1955, dois funcionários uruguaios, radicados na Argentina, Cordero e Malfussi, forjaram a famosa Carta Brandi, endossada e divulgada pelo deputado Carlos Lacerda. Sob assinatura falsa de um imaginário Brandi, o texto revelava uma inexistente correspondência entre o presidente Juan Perón e João Goulart, então candidato a vice-presidente na chapa de Juscelino. Negócios de compra e venda de armas sobre as linhas indignas. Lacerda publicou a carta no dia 30 de setembro.

Por uma coincidência do destino, Perón estava sendo deposto pelas Forças Armadas argentinas no mesmo dia, 3 de outubro, em que Jango e JK venciam nas urnas. Uma CPI esclareceu a trágica farsa. Quando presidiu o Senado, José Sarney mandou incorporar o processo da CPI da Carta Brandi ao arquivo histórico do Congresso Nacional.

Em 1959, Carlos Lacerda pediu a uma CPI para investigar o acordo de Roboré, que levaria a Petrobrás a se associar a empresas multinacionais para explorar o petróleo da Bolívia. A reação contrária foi enorme. Juscelino demitiu Roberto Campos da presidência do BNDE, já que ele era um dos principais articuladores do tratado que se transformou numa espécie de Roque Santeiro, de Dias Gomes: o que foi sem nunca ter sido. Estes são alguns exemplos. Vamos acrescentar outros.

O de maior dimensão, o da CPI de 92, história recente, que levou ao impeachement do presidente Fernando Collor. Quando começou, ouvia-se dizer pelas ruas: não vai dar em nada. O resultado foi outro. A Comissão de Inquérito desencadeada pelas denúncias do deputado Roberto Jefferson foi minimizada em seu início. Levou à demissão do ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, e à cassação de seu mandato parlamentar e também do mandato de Jefferson. Foi uma bomba institucional.

Com habilidade, e o apoio decisivo de Dilma Rousseff, o presidente Lula superou o episódio. José Dirceu desabou. O governo de Luís Inácio da Silva, não. Pelo contrário. O presidente se reelegeu com 61 por cento dos votos nas urnas de 2006. A CPI das Ambulâncias iluminou um escândalo enorme e retirou das sombras as ações de falsos amigos e correligionários infiéis do Palácio do Planalto.

O senador Aloísio Mercadante, candidato do PT ao governo de São Paulo, foi duramente atingido. Estão aí diversos exemplos que, concretamente, negam confirmação ao ceticismo que a opinião pública, cansada de escândalos e enriquecimentos ilícitos, manifesta até como arma contra a desilusão. Mas são fatos, e, na política e na vida, não se pode brigar com eles. É perder tempo. Como está fazendo o ainda reitor da Universidade de Brasília, Timothy Mulholland.

Intimado a depor pelo Ministério Público, anteontem, com o campus universitário ocupado pelos alunos em revolta, ele já deveria ter atendido ao apelo do senador Cristóvão Buarque e se afastado de cena. Perdeu a condição de continuar. Errou e deve sair. O quanto antes. Antes que uma CPI o derrube.



Comentário:

Luiz C. disse...

Uai! (como diz o mineiro), quase sempre eu não entendo a turma do PSDB. Não foi o ex-presidente FHC (que muitos tratam de presidente veneno — BHC) que tentou mudar o nome da Petrobras para Petrobax? Que teria gasto nessa campanha de marketing R$ 2, 3 milhões no projeto gráfico e R$ 1,6 mi na publicidade? Por que será? Esse ex-presidente estaria com a idéia de vender a Petrobas também? E agora porque será que estão defendendo a Petrobras?

Luiz Carlos Nogueira
nogueirablog@gmail.com