quinta-feira, 18 de novembro de 2010

SISTEMISMO ECOLÓGICO CIBERNÉTICO (Edson Paim & Rosalda Paim)

Vivemos num mundo constituído por sistemas, portanto, num mundo sistêmico.

Para abordá-lo com maior propriedade, necessitamos de metodologias coerentes com a organização sistêmica do Universo.

A Teoria Geral dos Sistemas (Sistemismo) e uma referencial nela inspisrado, o Sistêmico Ecológico Cibernético, mantêm coerencia com essa estrutura sistêmica universal, a qual vem sendo, dia a dia,transposta para a estruturação da sociedade planetária.

Além dos conceitos de totalidade, integração, globalidade, síntese, abrangência, universalidade e de relações entre as partes do todo, que constituem apanágio da Teoria Geral dos Sistemas, mercê do parentesco com as disciplinas referidas, os conteúdos destas, não só confirmam os atributos supra referidos, como reforçam as idéias de estrutura, de dinamismo, de movimento, de funcionamento, de “fisiologia”, de transformação, de processo, de comunicação, de comando, de regulação, de controle, com referência à universalidade dos sistemas, sancionando a Teoria Geral dos Sistemas e, portanto, o Sistemismo, como uma das mais abrangentes metodologias
dentre todas as existentes.

Apesar de possuir todos estes atributos, além de sua pretensão de se tornar uma ciência das ciências,ou mesmo,a ciência das ciências, é possível constatar que a TGS se apresenta, ainda, eivada de um certo reducionismo, de vez que seus fundamentos, idéias, conceitos e princípios não são amplos suficientemente para ultrapassar os limites ou horizontes do sistema,em razão de não explicitar, como seria necessária, a necessidade de que os estudos designados sistêmicos abarquem o ambiente em que tal sistema está inserido, só o alcançando de forma implícita.

Em decorrência de entendermos que qualquer estudo que ignore as características do ambiente do sistema poderia ser considerado fragmentário, limitativo, insuficiente, reducionista,. tendo em vista a existência dos necessários e indispensáveis intercâmbios (de matéria, energia e informações) entre ambos que resultam em ações recíprocas, afetando-se mutuamente.

Com a intenção de suprir esta lacuna, tal fragmentarismo ou reducionismo, propomos explicitar a extensão do estudo ao ambiente do sistema, mediante a utilização de uma metodologia construída mediante o acoplamento da Teoria Geral dos Sistemas Sistemismo)à Ecologia,resultando no Sistemismo Ecológico.

Ao Sistemismo Ecológico, acrescentamos mais um estágio, representado pela justaposição da Cibernética, a "ciência da informação, do comando e do controle nos seres vivos, nas máquinas e na sociedade", constituindo o Sistemismo Ecológico Cibernético.

Para os fins desta construção, considera-se a Teroria da Informação, como integreante da Cibernética, não só por correspoder a uma das tributárias daquela ciência, mas porque as informações estão na base de todos os mecanismos de controle, não havendo sisstema de controle quando há insuficiência de informações.

Ao conjunto resultante da fusão dos fundamentos, conceitos, idéias e princípios da TGS com os da Ecologia e da Cibernética, passamos a denominar Pensamento Sistêmico-Ecológico ou Sistemismo Ecológico, o qual seria capaz de abranger, a um só tempo e, de forma explicita, tanto a estrutura como o funcionamento do sistema e seu ambiente.

O quadro de referência proposto, face ao seu caráter mais amplo, permitiria interpretar melhor, entre outros, o fenômeno da globalização, pois nos dias presentes, tanto o sistema social (e seus subsistemas), como o ambiente dos sistemas necessita ser visualizado, também e, sobretudo, em sua dimensão global, uma vez que muitos destes têm repercussões e afetações globais, como é o caso do aquecimento global do planeta.

De certa forma o Sistemismo, mesmo considerado isoladamente, já se constituía numa metodologia de grande potencialidade preditiva, de vez que, com a antecedência de quase meio século, ao surgir, já expressava a tendência ao processo de globalização, cujo advento e ubiqüidade representa o melhor testemunho e confirmação do potencial de previsibilidade da Teoria Geral dos Sistemas e, não seria exagero afirmar que ela nasceu, mesmo, em razão desta tendência, detectada pelo seu autor.

Entretanto, o Sistemismo Ecológico Cibernético, cujo fundamento básico é a Teoria Geral dos Sistemas, mercê de abranger, explicitamente, a Ecologia, em sua visão mais ampla e irrestrita, além da Cibernética e a Teoria da Informação, torna-se, ainda, mais fecundo para visualizar e interpretar a globalização e o processo globalizante.

O Sistemismo, que já inclui no seu bojo, a Cibernética e a Teoria de Informações, agora, justaposto a Ecologia, passa a constituir o Sistemismo Ecológico Cibernético que abrange, a um só tempo, tanto o sistema em estudo como o respectivo ambiente, pode corresponder atualmente, em nosso entendimento, a um referencial adequado para se abordar, além do próprio universo e do sistema planetário, os sistemas tecnológicos e sistemas sociais, econômicos, educacionais e outros cuja abrangência ou repercussão tem dimensão terráquea ou, mesmo aqueles que, tendo amplitude local ou regional, não deixa de ter, como seu ambiente o próprio planeta, necessitando, não apenas de uma abordagem sistêmica, mas concomitantemente, de um enfoque ecológico global, acrescido de umna perspectiva cibernética, capaz de expressar os mecanismos de informações e de controle de todos os sistemas e dos respectivos ambientes.

Com base no exposto, elaboramos um conjunto de princípios que definem o Sistemismo Ecológico Cibernético, dentre os quais o Princípio do Universo Sistêmico, cujo enunciado é o seguinte:

A Teoria Geral dos Sistemas, através de seu conceito de organização sistêmica dos seres vivos (Sistema Biológico), dos seres brutos (Sistema Físico), das associações humanas (Sistema Social) e dos instrumentos (Sistema Tecnológico) postula a idéia da existência de um universo sistêmico, um dos alicerces fundamentais do Sistemismo Ecológico Cibernético.

Este princípio se baseia na abrangência da Teoria Geral dos Sistemas, capaz de abarcar, no seu bojo, o nosso sistema planetário ou o próprio universo inteiro e, cujo grande poder de síntese permite relacionar, como já nos referimos antes, tudo que nele existe em apenas, quatro linhas de sistema:
- um sistema físico que vai do átomo ao universo físico;
- um sistema biológico - compreendendo desde o vírus até ao próprio homem;
- um sistema social - a partir da família até alcançar a sociedade planetária;
- um sistema tecnológico - iniciando com a flecha (ou outro instrumento, ainda mais primitivo), para se chegar ao computador, ou mesmo, aos complexos engenhos espaciais.

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