quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Pedro Nogueira e o "coronelismo rural" Aquidauanense

A respeito do soneto "A Ferramenta da Paz" , de autoria do Dr. Luiz Carlos Nogueira, de Campo Grande - Mato Grosso do Sul, (transcrito no final deste comentário)escrevi:

"Pedro Nogueira, grande conhecedor de todos recantos de Aquidauana e de toda as sua população, desde os mais importantes até os mais humildes, com os quais mantinha relacionamento e, era querido e respeitado.

Pedrinho, descrente em relação aos candidatos que ajudara eleger, para cuja eleição tinha sido peça chave, refugiava em suas atividades particulares, mas era sempre visitado, às vésperas das eleições, pelo "Coronel" da UDN-direitista-elitista-golpista e instado para que ele se afastasse de suas lides particulares, com sérios e irreparáveis prejuízos pessoais, a fim de se dedicar à campanha de candidatos "fantoches" que nada tinham a ver com os interesses do povo (pois eram meros serviçais de uma elite rural, que por decênios, desgovernou Aquidauana), mas como lobos, se revestiam da pele de cordeiros, além de posarem de arautos de uma pretensa moralidade, na qual escondiam os propósitos de priorizar a elite rural aquidauanense, em detrimento do restante da população.

Pedro Nogueira era independente e altivo, por isto, nunca fora convidado para ser candidato, apesar de ser um dos maiores detentores de votos, em Aquidauana, mas a cúpula partidária tinha certeza de ele não se comportaria como um "pau mandado" do coronelismo rural, que sempre usou os cargos públicos para atender seus interesses particulares, cujo desgoverno sempre foi utilizado para assegurar o atraso do município, capaz de garantir a persistência da sua hegemonia.

Diante da falta de perspectiva em Aquidauana, resultante do desinteresse do grupo hegemônico local (pois o progresso seria mortal para tais forças retrógradas), Pedro Nogueira se transferiu para Campo Grande, em 1970, quando Luiz Carlos já contava vinte e quatro anos de idade.

A mãe do Luiz Carlos, Helena Bergonzi Nogueira, é de tradicional família mirandense.

Gestante, se dirigiu à casa paternas, em Miranda, onde nasceu Luiz Carlos, sob às vistas e os carinhos dos avós maternos e, lá foi registrado.

O Dr. Luiz Carlos Nogueira (pois ele é advogado) foi gestado (a rima não foi proposital) em Aquidauana, nascido e registrado em Miranda e, criado em Aquidauana, fez curso superior em Campo Grande, onde desenvolveu suas atividades profissionais.

Não sei qual a afeição predominante do cidadão aquidauanense-mirandense-campograndense, mas de uma coisa tenho certeza, todas as três cidades irmãs cabem, inteirinhas, no seu coração".


O que está escrito acima, repito, corresponde a um comentário ao soneto "A Ferramenta da Paz, de autoria do Dr Luiz Carlos Nogueira, publicado no site da Rádio FM PAN, de Aquidauana.


Eis a publicação referida:


A Ferramenta da Paz - Luiz Carlos Nogueira


Mergulha no teu interior com maestria
e busca a pedra oculta na tua cruz!
Aquece tua caverna gelada e sombria
e faz jorrar a luz!

Espreita o raio do sol que de mansinho
Irisa a gota d’orvalho que tremeluz
no ramos onde canta o passarinho
a melodia da liberdade e do jus!

Vê que belo é o dia, quão boa é a claridade!
Sê feliz! Faz o bem, exercita a caridade!
Desperta! Busca a verdade, promove a alegria que apraz!

Olha no teu caminho! Impede os atos vis dos desalmados!
Não percas um só instante, ensina pois aos malvados,
Um pouco de amor, a ferramenta internacional da paz.


Este soneto tem uma história:

Certo dia (em 1986) recebi um convite para participar de um concurso de poesias (com a condição de serem inéditas) promovido pela Loja Conde de Saint Germain, da Sociedade Teosófica no Brasil (Rua Imperatriz Leopoldina 8 - 17º and. Centro CEP: 20060-030 Tel: (021) 254-0952), em comemoração ao Ano Internacional da Paz, em homenagem à iniciativa da Organização das Nações Unidas, por ter instituído essa campanha. A participação foi aberta para candidatos de todos os Estados brasileiros.

Pois bem, estávamos, eu, um colega de trabalho (Ulisses, já faz tanto tempo que não me lembro do seu sobrenome) e um moço que gosta de fazer poesias. Este último comentou com certo ar de importante, que: “a poesia não é para qualquer um”. Logo o meu colega incentivou-me a participar, aliás até porque é desenhista, ilustrou o meu trabalho.

Na verdade houve um desafio velado do “poeta”. Achava ele, que tinha tudo a ver com a inspiração, e só com ela, como se fosse um sopro dos deuses. Só os dotados dessa espécie de virtuose eram dados a fazer poesia.

Pronto, resolvi participar. Não sei porque, mas naquele momento (depois de terminado o soneto) tive a certeza que o meu trabalho seria classificado no primeiro lugar – e foi. Não foi por arrogância que pensei assim, e não tenho como explicar essa sensação muito forte que se assenhoreou de mim.

É bom que se diga que, nenhum deus ou demônio sussurrou nos meus ouvidos; tampouco recebi mensagens telepáticas dos anjos, guardiões ou como queiram classificar. Nada excepcional, foi só uma questão de um desenho mental consentâneo com o titulo motivador do concurso.

Penso que o ser humano, se considerarmos que existem milagres, foi agraciado por Deus com o maior de todos — a inteligência. Mas esta precisa ser exercitada, desenvolvida. É preciso que a nossa mente esteja sempre desperta.

Se não fossemos dotados dos órgãos dos sentidos, da consciência, da inteligência e da razão, é provável que nem sequer saberíamos que existíamos.

Portanto, todas as pessoas mentalmente sadias, se quiserem, podem fazer praticamente tudo o que se propuserem a atingir no campo das realizações humanas. Basta ter um sonho, mas também um projeto de vida, no qual trabalhe com determinação e vontade. Eu acredito firmemente nisso, porque tenho visto muitos exemplos. Por tudo isso não é sensato subestimarmos as pessoas.

(Do Blog LUIZ CARLOS NOGUEIRA ESCREVE)

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