domingo, 14 de setembro de 2008

Planeta sobrevivente

Observação do Blog:

A seguinte notícia demonstra como o pensamento sistêmico permite relacionar fenômenos que ocorrem em diferentes partes do Sistema Físico Universal, permitindo que conhecimentos, hauridos em qualquer parte do Universo, sejam induzidos para o Universo inteiro, ao mesmo tempo em que justifica a afirmação referente à organização sistêmica do Universo, proposta por Lwidg von Bertalanffy, em sua Teoria Geral dos Sistemas, da qual deduzimos o nosso "Princípio do Universo Sistêmico", que abordaremos em outra na postagem.


13/09/2007 Agência FAPESP

Dentro de cerca de 5 bilhões de anos, o suprimento de hidrogênio no núcleo do Sol deverá se esgotar, causando um colapso gravitacional. A estrela se tornará então uma gigante vermelha, expandindo seu raio em mais de cem vezes, possivelmente “engolindo” Mercúrio, Vênus, Terra e Marte.
Esse parece ser o destino inevitável dos planetas interiores de qualquer sistema cuja estrela chega à fase de gigante vermelha. Mas um grupo internacional de cientistas acaba de descobrir um caso singular: um planeta com uma órbita semelhante à da Terra que sobreviveu à expansão de sua estrela.
A descoberta, publicada na edição desta quinta-feira (13/9) da revista Nature, foi feita por uma equipe coordenada por Roberto Silvotti, pesquisador do Observatório Astronômico de Capodimonte, em Nápoles, na Itália.
O gigante gasoso descoberto pela equipe de Silvotti é um caso inédito de planeta em órbita de uma estrela no último estágio de evolução – a fase de anã branca –, o que indica que resistiu à expansão estelar.
De acordo com os pesquisadores, em sua fase intermediária de vida, a estrela, conhecida como V 391 Pegasi, tinha massa semelhante à do Sol. Mas, por motivos ainda desconhecidos, a estrela teve sua camada de hidrogênio dissipada no fim de sua fase de gigante vermelha.
Durante a fase intermediária, o planeta estava a uma distância de 1 UA (unidade astronômica) da V 391 Pegasi – isto é, a mesma distância entre Sol e Terra. A expansão da gigante vermelha multiplicou por cem o raio original da estrela, que englobou 70% (0,7 UA) da distância planeta-estrela.
Mas, mais tarde, por razões desconhecidas, a estrela perdeu quase metade da sua massa, tornando-se uma subanã tipo B. Segundo os pesquisadores, o próprio planeta sobrevivente pode ter alguma influência nesse fenômeno.
Com a perda de massa, a força gravitacional da estrela foi reduzida e o planeta migrou para uma órbita mais distante, na qual está atualmente, de 1,7 UA. Os cientistas estimam que o planeta agora completa uma volta na estrela a cada 3,2 anos.
Segundo os pesquisadores, a descoberta de um sistema tão incomum representa uma oportunidade para entender melhor tanto as estrelas como os planetas.
Os autores apontam que a formação de estrelas subanãs de tipo B é muito pouco compreendida: 98% das estrelas que atingem a fase de gigante vermelha não são submetidas à catastrófica perda de massa característica da V 391 Pegasi.
O artigo A giant planet orbiting the "extreme horizontal branch" star V391 Pegasi, de Roberto Silvotti e outros, pode ser lido por assinantes da Nature em http://www.nature.com/.

Fonte: AGÊNCIA FAPESP http://www.agencia.fapesp.br/boletim_dentro.php?id=7740

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