Fonte: FM Pan de Aquidauana
Edson Paim
Desde as eleições de 1945, com o fim do Estado Novo, uma oligarquia (ou dinastia?), de raízes udenistas e arenistas, domina Aquidauana, com rarissimas interrupções.
Fundamentada no "coronelismo", no voto de cabresto, na compra de votos, nas "carneadas" às vésperas e nos dias de eleições, na tutela da classe média urbana, na exploração dos indígenas, no mapismo (controle da apuração dos votos e adulteração das listas), no domínio da máquina pública, no empreguismo, além de ter utilizado a delação (dedo durismo), por ocasião do golpe de 1964, uma elite rural predomina em Aquidauana, por mais de meio século.
Através desses métodos, esse grupo exerceu uma política obscurantista e uma administração conservadora do "status quo", em benefício dos grupos de que participa e, em detrimento da população, cuja maioria, supostamente representava.
Em 1958, o Professor Antonio Salustio Areias, da Coligação PSD-PTB (PTB de verdade) consegue quebrar tal hegemonia, elegendo-se Prefeito, mas recebeu uma Prefeitura endividada, como consta de publicação na Revista Brasil-Oeste.
Em 1962, assumimos a Vice-Presidência do PTB, secundando Ramão Antonio Gonçalves e, com Benedito Eloy Vasco de Toledo, Manoel de Souza Cruz, Adonis Gonçalves, Almiro Flores Nogueira, Alarico Medeiros (Belinho) e outros, realizamos o maior movimento político de base, até então, ocorrido em Aquidauana, incluindo a Margem Esquerda do Rio Aquidauana e que culminou com a criação do Município de Anastácio.
Ajudamos a fundar, inclusive, o Sindicato Rural de Guia Lopes.
Roberto Orro, ainda estudante, comungava de nossas idéais e foi nossso eleitor, em 1962, quando candidato a Deputado Estadual.
Em um jeep, estivemos em campanha na região de Morrinho, quando, ao pedirmos voto, em certa casa, uma senhora respondeu que não votava.
Então, lhe dissemos: Mas a senhora pode me dar uma "mãozinha". Ela, imediatamente, nos estendeu a mão.
Sempre que nos encontramos, Orro se refere a este fato pitoresco e ri muito, como o fez, na presença do Raul Freixes e do Plinio Sellis, por ocasião de uma visita que, certa vez, nós três lhe fizemos, em sua Fazenda.
Afastado do Exército, por ação da UDN de Aquidauana, tive de deixar a cidade, a fim de sobreviver, mas, com Roberto Orro, Ivan e Trindade e outros, participei das lutas do MDB local, quando podia vir a esta cidade, assim como o fazia no Partido, no Rio de Janeiro.
Fomos os maiores instigadores do lançamento da primeira candidatura de Roberto Orro, a Deputado Estadual.
Ironicamente, estivemos a abrir espaço para esta tentativa de retorno da oligarquia responsável pela nossa cassação e de outros seguidores de Leonel Brizola e que, agora, teve sua ação frustrada pela estrondosa da vitória de Fauzi: 15.316 contra 9.746 votos, ou seja, 61,11% a 32,89%.
Como Fauzi está assaz preparado para administrar Aquidauana e temos certeza de que fará uma administração voltada para os interesses do povo de Aquidauana e não mais para satisfazer os privilégios de uma minoria que há meio século trava o progresso da Princeza do Sul, se pode afirmar com certeza que, depois da administração de Fauzi, governo oligárquico, em Aquidauana: Nunca Mais!"
domingo, 5 de outubro de 2008
sexta-feira, 3 de outubro de 2008
Ministro Lupi caiu na “esparrela”: Odilon renega Brizola
Quarta-feira, 01 de Outubro de 2008 | 08:09Hs
Edson Paim
Conheci Lupi alguns dias depois que, juntos com Brizola, fundamos o PDT, em memorável reunião no Palácio Tiradentes, no Rio de Janeiro.
Montou ele um comitê nas cercanias do Lago do Machado, cujo objetivo era a campanha majoritária: Brizola para Governador.
Ofereceu-me para colocar a propaganda de minha esposa, nesse comitê, oferta que, obviamente, aceitei, de bom grado.
Desta forma, Carlos Lupi contribuiu para eleger a Deputada Estadual Rosalda Paim que viria ser vice-líder do governo na Assembléia.
Sempre mantive, com ele, convívio e amizade.
Acompanhei toda a ascensão de Lupi, através de todos os degraus do partido, até ser escolhido por Brizola, como seu lugar- tenente: Vice-Presidente Nacional do PDT.
Após a morte de Brizola, passou a ocupar a Presidência, na qual foi confirmado pelo Diretório Nacional, até como uma homenagem ao grande líder, cujos membros sabiam ser esta a sua vontade: Ter Lupi como seu herdeiro político.
Já Presidente, o procurei no Instituto Pasqualini, a fim de lhe entregar um exemplar do livro de minha autoria, escrito de parceria com Rosalda Paim, intitulado Sistemismo Ecológico Cibernético, já na 3ª. edição.
Como ele se encontrava em reunião, pedi a sua secretária para efetuar a entrega do referido livro, porque não dispunha de tempo para aguardar o fim da reunião, a fim de fazê-la, pessoalmente.
Eis que, interrompendo a reunião, ele aflorou à porta do seu Gabinete, com o livro na mão e me disse:
Oh Paim! E a dedicatória? Como vou dizer às minhas filhas que sou amigo do autor, se você ainda não fez a dedicatória!
Esse Lupi que eu conheço bem, não deixa de citar Brizola, exaltando-lhe a memória, em todos os seus discursos, como o faz qualquer verdadeiro pedetista, motivo porque, certamente, o fez em Aquidauana.
Assim, fica patente a deturpação do pronunciamento de Lupi, na nota sobre sua visita a Aquidauana, tendo sido escoimado, da fala do Ministro, o nome do maior líder do trabalhismo brasileiro – o trabalhismo de verdade - Leonel de Moura Brizola, símbolo do partido, comprovando-se a ojeriza que têm dele os “trabalhistas” (com aspas, mesmo) da Princesa do Sul que, por oportunismo, se aboletaram na legenda.
Referimo-nos à matéria publicada no site Anastácio Notícias, com a informação da fonte (com assessoria), estando, portanto, excluída qualquer possibilidade de participação de Ronaldo Regis, na adulteração da fala do Ministro.
Lupi, certamente, ficará estarrecido quando lhe dermos conhecimento de tal heresia e profanação do ritual do partido, expressos pela adulteração do seu discurso, o que lhe permitirá conhecer melhor os pseudo-pedetistas de Aquidauana.
“Conhece-se o pau pela casca”! Quem não é brizolista, não é pedetista!
Portanto, após a derrota, quando já frustrada a tentativa de enganar o povo, vestindo-se o “lobo com pele de cordeiro”, os pedetistas enrustidos devem “por a viola no saco” e sair de “fininho”, abandonando a sigla, descontaminando-a do ranço udeno/arenista, pois eles constituem “corpo estranho”, no interior do partido, no qual nunca deveriam ter ingressado.
São confirmadas, pois, todas as nossas assertivas anteriores à respeito das incompatibilidades ideológicas do candidato Odilon com ideário trabalhista, pedetista e brizolista.
Ademais, o PDT (o Trabalhismo de Verdade), uma agremiação progressista, será sempre identificada com Getúlio Vargas, João Goulart, Leonel Brizola e Alberto Pasqualini, o que coloca o Sr. Odilon e seus seguidores em situação desconfortável, face ao seu perfil, a menos que venha a assumir os postulados do partido e renegue sua história pessoal e as tradições conservadoras familiares.
Edson Paim
Conheci Lupi alguns dias depois que, juntos com Brizola, fundamos o PDT, em memorável reunião no Palácio Tiradentes, no Rio de Janeiro.
Montou ele um comitê nas cercanias do Lago do Machado, cujo objetivo era a campanha majoritária: Brizola para Governador.
Ofereceu-me para colocar a propaganda de minha esposa, nesse comitê, oferta que, obviamente, aceitei, de bom grado.
Desta forma, Carlos Lupi contribuiu para eleger a Deputada Estadual Rosalda Paim que viria ser vice-líder do governo na Assembléia.
Sempre mantive, com ele, convívio e amizade.
Acompanhei toda a ascensão de Lupi, através de todos os degraus do partido, até ser escolhido por Brizola, como seu lugar- tenente: Vice-Presidente Nacional do PDT.
Após a morte de Brizola, passou a ocupar a Presidência, na qual foi confirmado pelo Diretório Nacional, até como uma homenagem ao grande líder, cujos membros sabiam ser esta a sua vontade: Ter Lupi como seu herdeiro político.
Já Presidente, o procurei no Instituto Pasqualini, a fim de lhe entregar um exemplar do livro de minha autoria, escrito de parceria com Rosalda Paim, intitulado Sistemismo Ecológico Cibernético, já na 3ª. edição.
Como ele se encontrava em reunião, pedi a sua secretária para efetuar a entrega do referido livro, porque não dispunha de tempo para aguardar o fim da reunião, a fim de fazê-la, pessoalmente.
Eis que, interrompendo a reunião, ele aflorou à porta do seu Gabinete, com o livro na mão e me disse:
Oh Paim! E a dedicatória? Como vou dizer às minhas filhas que sou amigo do autor, se você ainda não fez a dedicatória!
Esse Lupi que eu conheço bem, não deixa de citar Brizola, exaltando-lhe a memória, em todos os seus discursos, como o faz qualquer verdadeiro pedetista, motivo porque, certamente, o fez em Aquidauana.
Assim, fica patente a deturpação do pronunciamento de Lupi, na nota sobre sua visita a Aquidauana, tendo sido escoimado, da fala do Ministro, o nome do maior líder do trabalhismo brasileiro – o trabalhismo de verdade - Leonel de Moura Brizola, símbolo do partido, comprovando-se a ojeriza que têm dele os “trabalhistas” (com aspas, mesmo) da Princesa do Sul que, por oportunismo, se aboletaram na legenda.
Referimo-nos à matéria publicada no site Anastácio Notícias, com a informação da fonte (com assessoria), estando, portanto, excluída qualquer possibilidade de participação de Ronaldo Regis, na adulteração da fala do Ministro.
Lupi, certamente, ficará estarrecido quando lhe dermos conhecimento de tal heresia e profanação do ritual do partido, expressos pela adulteração do seu discurso, o que lhe permitirá conhecer melhor os pseudo-pedetistas de Aquidauana.
“Conhece-se o pau pela casca”! Quem não é brizolista, não é pedetista!
Portanto, após a derrota, quando já frustrada a tentativa de enganar o povo, vestindo-se o “lobo com pele de cordeiro”, os pedetistas enrustidos devem “por a viola no saco” e sair de “fininho”, abandonando a sigla, descontaminando-a do ranço udeno/arenista, pois eles constituem “corpo estranho”, no interior do partido, no qual nunca deveriam ter ingressado.
São confirmadas, pois, todas as nossas assertivas anteriores à respeito das incompatibilidades ideológicas do candidato Odilon com ideário trabalhista, pedetista e brizolista.
Ademais, o PDT (o Trabalhismo de Verdade), uma agremiação progressista, será sempre identificada com Getúlio Vargas, João Goulart, Leonel Brizola e Alberto Pasqualini, o que coloca o Sr. Odilon e seus seguidores em situação desconfortável, face ao seu perfil, a menos que venha a assumir os postulados do partido e renegue sua história pessoal e as tradições conservadoras familiares.
quarta-feira, 1 de outubro de 2008
“Um estranho no Ninho": Odilon no PDT
Terça-feira, 30 de Setembro de 2008 | 09:18Hs
Edson Paim
O megapacote econômico de US$ 700 bilhões proposto pelo governo americano, objetivando conter a crise que assola a economia dos Estados Unidos (à beira da recessão) foi rejeitado, ontem, na Câmara por 228 votos contra 205.
Era necessário um total de 218 votos para aprovar projeto.
Entretanto, a maior parte dos congressistas que rejeitaram o projeto é formada por integrantes da ala mais conservadora do Partido Republicano, do Presidente Jorge Bush (uma espécie de UDN lá deles), o partido que representa o belicoso complexo industrial-militar que governa o país e dita regras para o mundo, o que tem sido, constantemente, fustigado pelo Presidente Lula.
Somente 65 republicanos votaram pelo projeto, contra 133 que foram contrários, enquanto 140 democratas ratificaram o pacote, e outros 95 votaram contra.
Prevaleceram razões ideológicas e eleitoreiras, sobre o que o presidente Bush considerou interesse dos Estados Unidos.
Diz-se que, quando "Tio Sam" dá um espirro, grande parte do mundo pega um resfriado.
No Brasil, a UDN sempre manteve uma posição similar à do Partido Republicano, do país do Norte, de resto fiel aos interesses dos grupos elitistas.
Esse partido não seria diferente em Aquidauana, caracterizado pelo “coronelismo” e pela manutenção decurrais eleitorais e “carneadas” às vésperas e nos dias dos pleitos.
Em face de suas raízes, é de se indagar qual o verdadeiro pensamento político-ideológico de Odilon, já que se apresenta, agora, com um pé, ainda, na canoa da UDN, em razão de sua história familiar e dos interesses dos pecuaristas e, com outro pé, na canoa do Brizola.
Irá, algum dia, adotar ele o discurso do partido de Brizola e do PDT, com viés progressista, trabalhista, sindicalista?
Qual sua opinião a respeito dos Sindicatos Rurais e da Reforma Agrária?
Concorda ele com o que está expresso no site do PDT: “Trabalhismo de Verdade?
Trata-se de uma clara estocada no PTB.
Ou, ao reverso, assume o ideário udenista-arenista, do qual o PTB descende em linha direta?
Enquanto não houver definição, optando por um dos lados, permanecerá encoberto por um discurso vazio de conteúdo, pleno de ambigüidades, coerente com a expressão vulgar que diz que “a palavra serve para esconder o pensamento”.
Na ausência de uma definição clara, colocação de um pensamento ideológico nítido, esse político não estará em condições de assumir às rédeas do Governo de Aquidauana, pois o povo do município não pode conceder um “cheque em branco”, a quem mantém a incômoda posição de conservar o pé direito numa canoa e o pé esquerdo, noutra!
Edson Paim
O megapacote econômico de US$ 700 bilhões proposto pelo governo americano, objetivando conter a crise que assola a economia dos Estados Unidos (à beira da recessão) foi rejeitado, ontem, na Câmara por 228 votos contra 205.
Era necessário um total de 218 votos para aprovar projeto.
Entretanto, a maior parte dos congressistas que rejeitaram o projeto é formada por integrantes da ala mais conservadora do Partido Republicano, do Presidente Jorge Bush (uma espécie de UDN lá deles), o partido que representa o belicoso complexo industrial-militar que governa o país e dita regras para o mundo, o que tem sido, constantemente, fustigado pelo Presidente Lula.
Somente 65 republicanos votaram pelo projeto, contra 133 que foram contrários, enquanto 140 democratas ratificaram o pacote, e outros 95 votaram contra.
Prevaleceram razões ideológicas e eleitoreiras, sobre o que o presidente Bush considerou interesse dos Estados Unidos.
Diz-se que, quando "Tio Sam" dá um espirro, grande parte do mundo pega um resfriado.
No Brasil, a UDN sempre manteve uma posição similar à do Partido Republicano, do país do Norte, de resto fiel aos interesses dos grupos elitistas.
Esse partido não seria diferente em Aquidauana, caracterizado pelo “coronelismo” e pela manutenção decurrais eleitorais e “carneadas” às vésperas e nos dias dos pleitos.
Em face de suas raízes, é de se indagar qual o verdadeiro pensamento político-ideológico de Odilon, já que se apresenta, agora, com um pé, ainda, na canoa da UDN, em razão de sua história familiar e dos interesses dos pecuaristas e, com outro pé, na canoa do Brizola.
Irá, algum dia, adotar ele o discurso do partido de Brizola e do PDT, com viés progressista, trabalhista, sindicalista?
Qual sua opinião a respeito dos Sindicatos Rurais e da Reforma Agrária?
Concorda ele com o que está expresso no site do PDT: “Trabalhismo de Verdade?
Trata-se de uma clara estocada no PTB.
Ou, ao reverso, assume o ideário udenista-arenista, do qual o PTB descende em linha direta?
Enquanto não houver definição, optando por um dos lados, permanecerá encoberto por um discurso vazio de conteúdo, pleno de ambigüidades, coerente com a expressão vulgar que diz que “a palavra serve para esconder o pensamento”.
Na ausência de uma definição clara, colocação de um pensamento ideológico nítido, esse político não estará em condições de assumir às rédeas do Governo de Aquidauana, pois o povo do município não pode conceder um “cheque em branco”, a quem mantém a incômoda posição de conservar o pé direito numa canoa e o pé esquerdo, noutra!
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