O ser humano, como todos os organismos vivos, nasce programado para morrer. É um ser para a morte, como expressou Martin Heidegger (1889-1976), filósofo alemão.
No próprio genôma humano, cujo código cromossômico, escrito em linguagem química, através de signos constituídos de ácidos nucleicos, a totalidade dos gens que programa a estrutura e funcionamento do nosso organismo conspira no sentido de conduzi-lo à morte inexorável.
No próprio genôma humano, cujo código cromossômico, escrito em linguagem química, através de signos constituídos de ácidos nucleicos, a totalidade dos gens que programa a estrutura e funcionamento do nosso organismo conspira no sentido de conduzi-lo à morte inexorável.
O ciclo vital, pode ser expresso por um eixo espiralado espaço-temporal que, na realidade começa com a concepção, mas se convenciona considerar como seu início, o nascimento e atravessa diferentes fases ou etapas: infância, juventude, maturidade e velhice, até atingir a morte.
De acordo com a segunda lei da termodinâmica, o Universo como um todo caminha para o estado de máxima entropia, ou seja, para o decenso, para o resfriamento, para catamorfose, para a indiferenciação, para o caos, para a morte.
Nesse Universo entrópico, existe um enclave negentrópico (entropia negativa) que constitui a vida, um evento verdadeiramente improbabilístico.
Nesse Universo entrópico, existe um enclave negentrópico (entropia negativa) que constitui a vida, um evento verdadeiramente improbabilístico.
Na caminhada, desde o berço até o túmulo, considera-se, como linha divisória, um ponto culminante de vitalidade, de otimização da homeostasia, a partir do qual teria início a velhice, conquanto, inexista limite nítido entre ambos.
Embora não haja concordância a respeito de quando começamos a envelhecer, consideraremos, operacionalmente, no que se refere à sua fisiologia, dois aspectos: o metabolismo construtor e o metabolismo destruidor.
No primeiro predominam as sínteses proteicas ou anabolismo, o crescimento, o desenvolvimento, a anantropia, a plenitude, enquanto, no segundo, vigora o catabolismo, a entropia, o envelhecimento.
A partir desta ideia, podemos comparar o período da existência de um ser humano com o percurso de um projetil de canhão, o qual descreve, no ar, uma trajetória, composta por um ramo ascendente, até atingir sua máxima altura, o vértice, onde começa a perder força e representa o ramo descendente da curva, em declínio gradual, até o ponto de sua queda.
Se o artilheiro deseja extender o alcance do seu projetil, terá que elevar a alça da sua peça, consoante sua régua de cálculo.
Semelhantemente, para alongar o período de velhice, ao adiar a morte, com adequada qualidade de vida, o ser humano precisa cultivar um vida ativa, útil e saudável, ao longo de toda a sua trajetória existencial, em perfeita harmonia com o ambiente circundante (físico, biológico, tecnológico e social), para cujo estado de equilíbrio deve contribuir diuturnamente.
A saúde humana é assaz condicionada à sanidade do substrato ecológico em que se insere.
A saúde humana é assaz condicionada à sanidade do substrato ecológico em que se insere.
Este tema abordaremos oportunamente.
(Edson Nogueira Paim escreveu)